Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2008Crônicas

Jerimunda Pinto

Assim como o “Roquete Pinto”, pioneiro da radiofonia brasileira, dá nome ao extinto, porém mais importante troféu da nossa TV – quando havia TV –, sua prima, Jerimunda Pinto, nascida em Campinas no tempo em que Barreto Leme ainda era o escoteiro queridinho do Morgado de Matheus, inventou de premiar as mais indignas realizações perpetradas contra a cidade. Às vezes, o feito é tão cretino, que Jerimunda se recusa a dizer o nome do premiado – só o fato.

Por exemplo, não conta jamais quem furtou os trilhos dos nossos bondes, mas diz que o ladrão merece o ‘Jerimunda Pinto’ de maior safadeza da história. Segundo Jerimunda, aqueles trilhos guardam uma armadilha para o safado – são paralelas que se encontram; portanto, um dia vão aparecer.

O ‘Jerimunda Pinto’ de vandalismo cultural é muito disputado: entre o prefeito (outro) que demoliu o Teatro Municipal Carlos Gomes e a Igreja do Rosário; o secretário de “curtura” que cometeu a “Semana Stalin” (o mesmo que não sabe distinguir artesanato de antiguidade); aquela figura sinistra que não programou obra alguma do maestro para a Sinfônica de Campinas apresentar na Semana de Carlos Gomes; os donos de cinema que facilitam a profanação das telas por um filme só, a versão pirata de “Golpe de Mestre”; os donos de rádio que degradam suas emissoras (concessão pública!) para explorar o lenocínio religioso com gigolôs da fé…

O prêmio de caminho para lugar nenhum é para o destruidor dos bondes e para o criador do Veículo Leve sobre Trilho – o VLT. Mais inútil do que discurso de político ou a Transamazônica. O de “amigo do meio ambiente” fica com o prefeito que devastou a praça do Castelo. Mais um mandato de levar tudo ao pé da letra, ele incendeia o Botafogo. Mas tentou cobrar imposto de elevadores – juro por Deus!

O ‘Jerimunda Pinto’ de Química será uma grande festa, com direito a camelôs servindo legítimo champanhe francês, vendendo CDs, DVDs e peças de computador originais e com nota fiscal. No trono, a musa deles, d. Izalene, cercada por Saddam e Bush que a reconhecem como autora da mais perfeita imitação de Bagdá.

Jerimunda Pinto quer que a versão “Lulla, o que não sabe nada” vá para a polícia de Campinas, que até hoje não descobriu quem levou aqueles 300 e tantos quilos de cocaína que estavam em poder da… Polícia!

(Falar nisso, Lulla e Geraldo já estiveram em Presidente Bernardes?)

Pregado no poste: “Machão jura que a mãe dele é virgem”

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