Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2004Crônicas

Homem com homem, mulher com mulher?

Se não agissem rápido, o “Redondo” ia para o mesmo caminho do treme-treme, o insuperável “Joga a chave”, ali na Barão de Jaguara. Obra arrojada do seo William Zamataro, o edifício Bataguaçu veio à imagem e semelhança do Hilton Hotel, de São Paulo, e de outro hotel, o Marambaia, lá na praia de Camboriu. Era moda. No mesmo ano do nosso “Redondo”, fizeram um em Ribeirão Preto, logo apelidado “Marmitão”.

Bem na esquina da Glicério com a Delfino Cintra, ao lado da Puccamp. Aquele quarteirão, até a ‘valeta’ da Avenida Orosimbo Maia, tem histórias que não acabam mais. As mais antigas, dos tempos da senzala da fazenda do Barão de Itapura – a ‘casa grande’ é o prédio central da escola do monsenhor Salim. Ali existiu o circo do Arrelia. Diz a lenda que ele bateu numa mulher em pleno picadeiro e não pôde mais voltar a Campinas. Duvido. Grande, adorado Arrelia! Quem encanta crianças é incapaz de violência.

Agora que o “Redondo” livrou-se da má-fama, foi recuperado e entregue a pessoas mais comportadas, não se encontra um ex-morador que se lembre das aventuras vividas ali. E eu ouvi tantas! As desculpas variam: “Não me comprometa, eu era solteiro!”. “Sabe, eu morei tão pouco ali, não me lembro de nada…”. “Você está louco? Está todo mundo vivo, casado, com filhos; já pensou se alguém ler o que eu contar pra você? Deus me livre!” Aliás, esta crônica está um pouco atrasada porque um ex-morador, jornalista também, me prometeu mandar algumas histórias e até hoje… Descobri que a mulher dele não sabe que ele morou no Bataguaçu. Ah, se aquelas quitinetes falassem… Sobre ti, Puccamp, não sobraria aula sobre aula!

Puxa vida! Não me contam nem aquela da estudante de veterinária que traía o namorado com os cachorros que levava para casa, para “estudar”.  Um dia eu conto.

Mas houve uma passagem antológica. O protagonista, brilhante jornalista desta praça, colocou o porteiro do “Redondo” num verdadeiro xeque-mate. Coisa de estudante, argumento de aplicado aluno de psicologia, que cursava Jornalismo na Católica. De mãos dadas com a namorada que morava no prédio, foi barrado pelo porteiro: “Meu rapaz, é proibida a entrada de casais que não moram no prédio. Por gentileza, o senhor não pode subir com a…, porque o senhor não mora aqui.”. A resposta veio na bucha: “Muito bem; então, se eu vier aqui com aquele ‘bicha’ do terceiro andar o senhor me deixa subir, né?”

Pregado no poste: “Todos torcem, corintianos se contorcem”

E-mail: jequitis@uol.com.br

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