Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2010Crônicas

Haverá vacas para todos?

O futuro é incerto e não sabido. Recomenda-se ao magnífico reitor da Universidade Estadual de Campinas, popularmente chamada de Unicamp, excelentíssimo senhor José Tadeu Jorge, e ao igualmente magnífico subprefeito do eterno distrito de Barão Geraldo, Tiago Ferrari, popularmente conhecido como genro do nosso venerando alcaide, que se cuidem e arrochem, mesmo. Ali onde o boi “falô”, a vaca pode estar a caminho do brejo.

Da leitura da reportagem do jornalista Natan Dias e da conversa com viventes do bairro, alguns ilustres membros da oportuna Associação de Moradores da Cidade Universitária (sintomaticamente conhecida pela sigla AMOC, sem o “U”), pode-se inferir que reitor e sub-prefeito correm o risco de ver seus cargos ocupados por sem-teto ou cafetinas — as moradias estão virando quitinetes, habitadas por pagodeiros fantasiados de estudantes, que não deixam ninguém dormir, nas noites de quarta.

A Rocinha começou assim, talqualmente São Fernando, São Marcos, Oziel e já as próprias cidades, parques e jardins universitários. Além de toda a nova e velha Campinas.

Triste ver o vexame pelo qual passou o genro do alcaide (genro não é parente) diante do caso de um senhor que jura não ser fora-da-lei. Ele passou por cima de duas multas e agora ouve o abnegado senhor genro do alcaide dizer que vai passar por cima de sua habitação unifamiliar. (Os cidadãos de bem e que pagam impostos querem ver essa ação profilática contra quem não paga nem multa.).

Duvido que no Jardim Itatinga, onde superabundam alegres moçoilas, se pratiquem tantas irregularidades como acontece no reduto que abriga a população de maior massa crítica e politizada da cidade. No Itatinga, as autoridades conhecem a profissão de todo mundo. Mas se forem verificar a profissão de quem constrói irregularmente ali, levarão um choque. Há cada vez mais bois falando e ‘vagas’ se abrindo, atraídas pela chance de viver encurraladas num bairro erguido em suas origens por gente que trabalha e vive legalmente.

Gente que hoje trabalha e vive entre os que vivem ilegalmente. Imagine que quem não quiser morrer ou ser atacado por bandidos tem de pagar R$ 130,00 por mês, “protegida” por guardas obrigados a andar desarmados. O povo paga, mas não tem polícia.  O povo paga, mas não tem um bairro decente, mesmo que o zelador do bairro seja genro do alcaide.

Pregado no poste: “Vestiram camisa de Vênus na banana da Terra”

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