Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2009Crônicas

Fechando o cerco

Pode ser a extrema seriedade do ensino, tanto nas escolas públicas, leigas ou religiosas, que ajudou a construir a qualidade do trabalho em Campinas. Não sei até quando, mas nesta terra, professores tinham reputação, respeito e, creia, nas casas dos seus alunos, quase sempre a última palavra era a dos mestres. Tranquilizante lembrar de que vivemos dias assim. Muito obrigado!

Grande reforço nessa aura de competência dos que se formaram por aqui foi o advento da Unicamp, que, desde a chegada, anda de mãos dadas com a Puccamp. Na consolidação, Barreto Fonseca e Zeferino Vaz pareciam apenas uma cabeça pensante em busca dos mesmos objetivos: o êxito da cidadania.

Talvez por causa dessas bases, felizmente, pouco se ouve falar sobre erro médico em Campinas – esse, porque é o que mais chama a atenção e indignação quando acontece; mas vale para todo tipo de deformação da formação – principalmente a abominável ingerência política na escola, da elaboração do currículo à escolha de professores apadrinhados.

Mas o resto do Brasil já chafurda nessas mazelas. Pombas! Sexta-feira passada, a Nação descobriu que tem médicos que não sabem o que é lado esquerdo e direito. Onde esse lixo se formou? Foi no Hospital Getúlio Vargas (só podia ter esse nome): uma mulher levou um tombo em casa e precisou livrar-se do coágulo formado no lado esquerdo do cérebro. Abriram o lado direito da cabeça e ela morreu. (Você acha que acontecerá alguma punição para esse elemento? Até seu nome os cúmplices cuidaram de esconder. Eu quero saber os nomes de todos que lhe deram aula, desde o ‘pré fetal’.)

Um dia antes, ligou dona Rose Marie da Ponte Preta Afonso Madeira para contar o descalabro com ela verificado num grande banco. Só pode ser coisa de funcionário treinado para sabotar o banco. Ai que vontade de falar o nome desse banco! Se não for incompetência, é má fé. Há quase três meses saquearam de sua conta, numa operação interna, R$199,00. Num cinismo que justifica o que Lenin dizia dos banqueiros, o contador reconhece o erro, promete devolver o que saqueou e não devolve. Se até amanhã, ela não receber de volta o que lhe roubaram, sábado dou o nome até do dono do motel freqüentado pela mãe e pela mulher do funcionário.

Pregado no poste: “Não confunda ladrões de banco com banco de ladrões”

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