Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2009Crônicas

Era na pensão

Como bem se lembra o Renato Otranto, “não havia motéis e o ‘negócio’ era nas pensões.”. Na memória dele, ainda estão a Dalva, na Costa Aguiar (“quartos divididos com Eucatex”), e a Princesa, ao lado do campo da Ponte (“só um banheiro pra todo mundo, no corredor”). Ele também se lembrou do Hotel Ipê, na Glicério com Bernardino de Campos, e do Vitória, da família Borghi, na Campos Salles.

Essa história começou quando eu disse aqui que os pais do primeiro caubói brasileiro, o campineiro Bob Nelson, eram donos da pensão Dalva. Rápido no gatilho, o mestre Rubem Costa mandou ver: “A pensão Dalva, da mãe do Bob, ficava na Andrade Neves, entre Mascarenhas e Marquês de Três Rios, em frente ao Penido.”

Eis que entram na conversa as simpatias da senhora Elvira Trefíglio e de sua filha, a Christina Mancini: “Minha mãe conseguiu se lembrar do Hotel Pinheiro, na Ferreira Penteado. Lembrou-se também do Marabá, de propriedade do sr. Floriano Fernandes Lopes, perto da estação da Paulista, onde se hospedavam os ‘caixeiros-viajantes’ da época. Um bem antigo por aqui: o Casablanca, na Francisco Teodoro (Vila Industrial), esquina do Castro Mendes (antigo Cine Casablanca).”

Hotel Pinheiro? Ali morava Júlio Mesquita em seus tempos de estudante e depois vereador em Campinas. Tinha uma linha telefônica especial, e por ela mandava notícias de Campinas e região para o nosso ‘Estadão’, lá em São Paulo. Da janela de seu quarto dava para ouvi-lo narrando os fatos. E a calçada da Ferreira Penteado coalhava de gente nos fins de tarde, para apreciar a façanha. No Pinheiro, foi escrita a ata de fundação do jornal “O Estado de S. Paulo”.

Há hotéis mais recentes, alguns já desaparecidos: Términus, na Glicério; Savoy, na Regente Feijó; Opala, no alto da Campos Salles, e na Barão (antigo edifício Santana, primeiro arranha-céu de Campinas); Fonte São Paulo, perto do clube, na Tiradentes; Vila Rica, na saída para São Paulo, primeiro prédio redondo da cidade,  e o Premium, na Júlio Mesquita, onde vi uma dupla inimaginável tomando café da manhã, o comediante Zé Vasconcellos e o legendário John Philips, um dos Papas do Mammas & Papas!.

Pregado no poste: “Astronauta brasileiro quer ser político. Não fez na saída, mas fez na entrada da atmosfera”

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