Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2008Crônicas

Eles são melhores

Recomendo colecionar. Por experiência, tenho guardadas centenas de charges da minha querida amiga Hilde Weber Abrahmo, durante décadas de outro e de chumbo esculhambando, na “Tribuna da Imprensa” e depois n’O Estadão, nossos governantes, todos ruins e, às vezes, piores. Agora, começa crescer a pasta com os recortes dos nossos impagáveis Dálcio e Junião, aqui do “Correio Popular”. Eles dão a graça ao jornal de cada dia e descobrimos que dizem o que queríamos dizer e nem sabíamos. Aí, vem o sorriso, às vezes, gargalhadas. É um desfile imperdível, tão imperdível que, quem perdeu, pode achar na página do “Correio”, na rede mundial. Superam tudo o que vêm pela Internet, ridicularizando os políticos:

Emburrada, aquela Marta pergunta ao marqueteiro a tira-colo diante do cartaz de Barak Obama: “Além já perguntou se ele é casado e tem filhos?” Operadores da bolsa de valores berram: “Compra! Compra! Vende! Vende!” E Lula grita: “Corta! Corta!” Passa correndo o policial civil, armado, e nem liga para o ladrão que foge com uma bolsa roubada. Passa o policial militar, armado, nem liga para o mesmo ladrão, e tenta pegar o policial civil. Idosos, 10% da população do País, fazem fila de espera para se sentar num banco da praça e alimentar os pombos. A mãe recomenda ao filho que sai para a escola: “Filho, mito cuidado para ser atingido por uma… um santinho perdido!” Essas são algumas do Dálcio.

O Junião mostra que a crise já leva empresários de cartola e charuto para a fila do Bolsa Família. Fantasiada de Irmão Metralha, a crise mundial espera Papai Noel dobrar a esquina. O faxineiro do edifício do Congresso varre cabides de emprego para debaixo do pinico de cabeça pra baixo da Praça dos Três Poderes. Enquanto alguém joga uma moeda no chapéu velho do mendigo, vários punhos engomados lançam dólares na cartola do empresário. Ao lado da urna, a lata de lixo implora: “Por favor, não jogue seu voto aqui!” O político manda o sobrinho, pendurado num cabide, sumir porque “está vindo gente!”

Junião, que tal trocar a urna eleitoral pela urna funerária?

Dálcio, e se a Marta disser que melhor do que um prefeito solteiro é uma prefeita casada duas vezes?

Pregado no poste: “Voto é o seguro que morreu de novo”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *