Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2006Crônicas

Ei!

Nossa! Há tempo guardei esta história para nossa Fábiana Bonilha, mas sumiu no arquivo. A história começou num dia de chuva, talvez de 1997. O aposentado Dácio Pedro Simões estava num ponto de ônibus de Belzonte, quando foi abordado por um cego, pedindo para avisá-lo quando o ônibus dele chegasse. Mas o ônibus do Dácio chegou antes e ele foi embora. Pensando nessas dificuldades de uma cidade grande, o aposentado decidiu inventar alguma engenhoca para ajudar deficientes a usar transporte público.

Depois de mil pensamentos, Dácio imaginou algo que usasse rádio-freqüência, com receptores nos coletivos. Sempre que um deficiente chegar a uma parada, digita o número do ônibus desejado; ao se aproximar 150 metros do ponto, o motorista é avisado por um sinal luminoso no painel. Quando pára, o ônibus emite um sinal sonoro para chamar a atenção do deficiente.

A idéia parecia boa, o problema era colocá-la em prática. Dácio não tinha dinheiro e começou a procurar um parceiro. Na Incubadora de Base Tecnológica da PUC mineira, conheceu Ricardo Romeiro, do Sebrae das Minas Gerais. “Achei a idéia dele muito interessante e entrei em contato com o Instituto Nacional de Telecommunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí, que fez convênio com o Sebrae, para tocar o projeto”.

Depois de três anos (!!!), a coisa já pode virar lei em Minas. Será que virou? O deputado estadual Ambrósio Pinto apresentou o projeto-de-lei que obriga as concessionárias de ônibus de Minas a instalar o aparelho transmissor para facilitar o direito de ir e vir dos cegos. O projeto foi aprovado e só aguardava o fim das férias parlamentares para ser votado em Plenário.

Ei senhores donos empresas de ônibus de Campinas! O que estão esperando? Que vereadores se abalem em fazer uma lei igual? Mexam-se! E mostrem que a iniciativa particular é sempre mais ágil, útil e interessada no povo do que a iniciativa política.

Pregado no poste: “Pagar imposto para garantir o mensalão?”

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