Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2004Crônicas

E os campineiros?

Pronto!

Depois que o boato se espalha é como as penas que saem do travesseiro ou a rolha, da garrafa de champanhe: ningém mais enfia no lugar. A Rose Guglielminetti e o Diego Zancheta estão de prova. Agora, o Carlos Sampaio não foi ao enterro da mãe (que não morreu) ou expulsará os pobres da cidade (eu fugi há muito tempo); o Hélio entrou na faculdade de medicina sem vestibular ou é capaz até de virar prefeito sem participar da eleição. Campinas tem boato que não acaba mais. Diziam que houve um prefeito na nossa história, solteiro, que “alugava” uma namorada, para não dar na vista. Outro carregava a fama de ser “namorado” do ex-prefeito de outra cidade aqui perto. Já espalharam até que um prefeito levou embora os trilhos dos bondes da cidade! Uma primeira-dama, daquelas bem antigas, diziam, vivia com o cachorro aí na Júlio Mesquita. Que horror!

Há quase meio século, a cidade foi atacada por um misterioso bandido mascarado, que matou uns seis homens aí pelas bandas do aeroporto de Viracopos, quando o Jardim Itatinga não era nem convento. Foi um escândalo, porque todos os assassinados eram senhores casados, da classe média, abatidos quando passeavam de carro com suas amantes. Nenhuma amante morreu nem foi molestada – será que levavam iscas para o assassino? Meu Deus! Quanta gente foi acusada de ser o mascarado! Até filho de ministro. Imagine que espalharam boato até sobre a prisão desse bandido, uns vinte anos depois, como pacato farmacêutico de São José do Rio Preto. Tudo mentira.
Maldades. Quer outro boato? Falavam que um ex-presidente da Câmara Muncipal usava seu gabinete na egrégia (quando a egrégia ainda ficava no Palácio da Justiça) para encontros amorosos. Os boateiros desafiavam quem duvidasse: “Então, vá lá e veja a bandeira brasileira mais engomada do Brasil!” Credo em cruz, que falta de respeito com a mãe da Pátria! Mais um: um distinto campineiro foi acusado de roubar dinheiro do Banespa e levar para a França. Você acredita nisso?

A lista não acaba. Dois fatos: 1. no primeiro mandato, Ruy Novaes demoliu a igreja do Rosário, que ficava, claro, no largo do Rosário, mas o largo não mudou de nome até hoje; 2. no segundo, ele demoliu o Teatro Municipal, que ficava, claro, no Largo do Teatro. Quando se candidatou ao terceiro, perdeu a eleição. Lógico! Disseram que ele ia derrubar a Catedral. Estão rindo de quê? O mandato da dona Izalene ainda não acabou e as luminárias já foram para… Onde será que eles enfiaram as luminárias?

A tática é sempre a mesma: botam duas pessoas para falar mentiras na fila do ônibus, nos ônibus, nas salas de espera do Jardim Itatinga, no balcão do Café Regina, nas mesinha do Fran’s Café, no banco de trás de um táxi, no cinema, na fila do caixa do supermercado, no divã do ‘analista’ (Pois uma não contou para mim quem pasava droga para a Elis Regina? Outra não disse que uma grande atriz estava com Aids? E um médico espalhou que um ator passara Aids para a mulher. Acho que eu estava sonhando, porque se eu freqüentei divã de analista, é puro boato. Será que eu ‘tô’ precisando?)

Sempre é bom repetir. Já disse aqui e digo de novo: logo, logo, vão espalhar o boato de que campineiro é bicha. Daí eu quero ver acabar com a fama.

Pregado no poste: “Vereador representa o povo e ganhará mais de R$ 7 mil. E povo ganha quanto?”

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