Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2006Crônicas

E naquela rodinha…

Dias antes da eleição, candidatos conversam animadamente no bar da lingüiça, ou da salsicha, do chouriço, do salame, sei lá…

— O rico não precisa do Estado; quem precisa é o
povo pobre deste país.

— Quem precisa de universidade é o pobre, porque o rico
pode pagar ou até estudar em Paris; mas pobre ou tem
faculdade ou vai passar a vida inteira sem se formar.

— Em época eleitoral, pobre vale mais do que banqueiro.
Desde Cabral, a elite só se lembra dos pobres durante as
eleições.

— A verdade nua e crua é que, no programa político da elite,
desde que Cabral pôs os pés aqui, o pobre não está incluído.

— Pobre só tem importância em época eleitoral; depois das
eleições pobre não é convidado nem para tomar um cafezinho.

— Você parece personagem de propaganda do Itaú Personalité.

— Seu público parece de torneio de tênis na Costa do
Sauípe. Eles dão as costas para o povo brasileiro.

— Este é um país de todos, e não de jogadores de tênis apenas.

–Vou manifestar apoio a um cara que já passou pelas coisas
que a gente passou; um cara que viveu coisas que só a gente
que é do gueto viveu.

— Não dá para ter dúvida, esta eleição é um divisor de
águas porque é uma luta de classes.

— Não quero dividir. Já nasci pobre. Se dependesse de mim, a
gente não tinha pobres e ricos, só tinha ricos.

— Deus garantiu: no segundo turno, a gente vai
provar quem é quem. O povo já está sentindo a diferença.

]        — De um lado, há quem só tem interesse em atender os
interesses de uma pequena elite; do outro lado, nosso
projeto, que quer governar para todos e que sabe que quem
merece atenção especial é o povo pobre.

— O Zé Rainha avisa que vai sair da trincheira no dia 29 às cinco da tarde.

— Agora, o país está sendo enganado com aviso prévio.

— O pavor deles é que aquele pé-de-chinelo criado em São Paulo,
sem formação, foi capaz de fazer em quatro anos mais que o “dotô” em oito.

— Um trabalhador que trabalha no metrô não precisa fazer greve; ele pode abrir as catracas para o povo andar de graça.

— Vale a pena enfrentar a polícia.

— Com todo o respeito, em vez de os adversários dele ficarem
com raiva, com tanta bronca dele, deveriam pedir a Deus
que ele ganhasse porque ele deixaria o país muito melhor para
o próximo governo.

Fingindo ou não, todos pareciam sóbrios.

Pregado no poste: “Amanhã, só o povo vai perder”

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