Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002Crônicas

E assim, não será

O que esperar de 2003? Previsões?

É certo que dona Izalene não aparecerá na Playboy – na seção de entrevistas. O que é que tem? Tanta gente boa já apareceu ali: Zé Saramago, Bebel Allende, Tião Salgado, Celsinho Furtado, Pedrito Gutiérres, até o filho da Marta… Mas o Largo da Catedral e o entorno do Castelo continuarão pelados.

Ninguém da administração do PT em Campinas será bom de serviço para integrar o governo do PT do Lula? Nem aqui o PT terá alguém para presidir ao menos o Banco Central? (Nossa! Nem no tempo da febre amarela nossa cidade esteve tão por baixo, tão humilhada! É triste, viu?).

Carlos Gomes não será homenageado na Semana de Carlos Gomes.

Ninguém na Prefeitura perguntará quem é Carlos Gomes, com medo de que alguém levante a mão e peça para ser secretário da Cultura. Ou diretor da Sinfônica.

Sem ter mais o que mostrar, a mulata Globeleza vai desfilar pelo avesso no Carnaval.

O Guarani não conseguirá cair para a série A-2 de novo. Não adianta.

Bush não irá a programas de calouros cantar “Deus salve a América” nem pedirá asilo em Cuba. Mas Fidel Castro não dará liberdade sindical, de imprensa, de expressão, de pensamento, de greve, de ir e vir, de reunião. Mas na ilha todos serão livres para respirar. Por enquanto.

Políticos (corruptos); políticos que aumentam os próprios salários; empresários sonegadores; “pastores” com aspas; gigolôs da fé; traficantes; o vírus da aids e o mosquito da dengue não estarão na lista das espécies em extinção.

A Xuxa não vai se casar nem o padre Marcelo Rossi e o Gugu pretendem se casar. O Faustão também jura que não se casará pela quarta vez – ou terceira? Nem sei mais.

Os políticos prometem não entrar em greve — porque ganham demais; mas os trabalhadores, que pagam os políticos, precisarão — porque ganham mal.

Os banqueiros pagarão 0,5% de juro a você e cobrarão 11% quando você precisar.

As escolas e os hospitais públicos continuarão ignorados pelos homens públicos, mas as escolas e os hospitais particulares, continuarão os preferidos dos homens públicos.

Os políticos continuarão fazendo leis que forçam a Justiça a botar bandidos na rua e a culpa na lei.

Depois dos noticiários das TVs e das rádios e da leitura dos jornais diários e revistas semanais, brasileiros, e campineiros principalmente, continuarão com a sensação de que o inferno já é um bom lugar para viver.

Pregado no poste: “Mas feliz ano novo”

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