Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002

É aqui, Valadares!

 

Benedito Valadares, raposa das raposas mineiras, assecla de Getúlio Vargas e interventor da ditadura do Estado Novo nas Alterosas, dizia que quando não se quer resolver um problema da administração pública, nomeia-se uma comissão. Profético. Até hoje, comissão alguma no Brasil resolveu problema algum. Estão aí as famosas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que terminam em pizza, às vezes em pó, mas sempre em nada. (Falar nisso, a CPI do narcotráfico acabou? Ouviu todo mundo, todo mundo, mesmo? E no que deu?).
Recebi ontem o Correio do dia 3, com uma reportagem da Maria Teresa Costa, terror dos medíocres, que fala da difícil missão da comissão de vereadores encarregada de estudar novo lugar para a estação rodoviária de Campinas. Os nobres membros de nossa egrégia terminaram o serviço. Diz Teresa: “Depois de um ano analisando a situação atual e o futuro do terminal rodoviário de Campinas, a Comissão Especial de Estudos da Câmara Municipal entregou ontem o relatório de trabalho sem nenhuma proposta para o futuro da Rodoviária. Ao contrário.”. Você está sentado? E aí, Teresa? “O relatório sugere que uma comissão municipal seja formada para definir a localização da construção de um novo prédio.” !!!!
Juro por Deus! A comissão encarregada de estudar um novo local para a Rodoviária sugeriu a criação de uma comissão para fazer isso! E levaram um ano para tomar essa decisão. Para completar, o ilustríssimo senhor secretário municipal de Transportes, Henrique Horta Filho, disse que não há em sua secretaria nenhum estudo para a construção de nova rodoviária na cidade!
Nesse ritmo alucinante em que o trabalho da comissão da nossa egrégia foi realizado, quando for decidido o novo ponto dos “ônibus para o interior”, esses veículos serão peças de museu. E aí, a comissão da nossa egrégia terá de estudar um local para se construir uma estão espacial em Campinas. A população espera que até lá vereador assim também seja peça de museu.
Pregado no poste: “A economia é mais forte do que o direito?”

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