Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2010Crônicas

Duvido

Deixaram! Continuando o passeio pelo fantástico Gabinete da Presidência da República, iniciado ontem e permitido hoje, pergunto: você tem agenda? Gente coisa é outra fina. Veja o que há no Palácio do Planalto: Gabinete-Adjunto de Agenda do Gabinete Pessoal do Presidente da República. É mole ou quer molho? Tem até chefe de gabinete-adjunto de agenda. É o sr. César Santos Alvarez. Conhece? Nem eu. Marque em sua agenda: (61) 3411.1274. Ele tem um assessor especial, uma assessora e duas secretárias.

Sou repórter há mais de ‘quarentanos’, nunca tive agenda, jamais tomei um furo ou deixei de achar alguém. Até seqüestrado encontrei por telefone.

O cargo a seguir também é muito atraente: “Chefe de Gabinete-Adjunto de Informações em Apoio à Decisão”. Quem faz isso se chama Maya Takagi. Se existe uma função com esse nome é porque deve haver outro gabinete-adjunto de informações que não apoia a decisão. Como esses são ‘do contra’, não aparecem. A sra. Maya dispõe de dois assessores especiais (Alberto Nobre Mendes e Ronaldo Luiz Cabral), um assessor (Ricardo Arreguy Maia) e duas assessoras (Soraia Ofugi Rodrigues e Ângela Maria Meira de Vasconcellos), que não devem ser especiais, mais duas secretárias, Eliane e Solange.

Veja o que nós, o povo, somos obrigados a pagar: a turma do Gabinete-Adjunto de Gestão e Atendimento do Gabinete Pessoal do Presidente da República. Lá fica um Chefe de Gabinete-Adjunto de Gestão e Atendimento de nome Swedenberger Barbosa. Ele tem seis assessores especiais, todos do sexo masculino. E uma do sexo feminino (suponho): Jucinilde Salazar Pereira, que não é especial (discriminação?). Mais duas secretárias: Ana Lúcia e Vanessa.

Acabou? Não! Existe a Diretoria de Documentação Histórica, com o chefe da diretoria, uma diretora adjunta e um diretor adjunto. E duas secretárias. No fim da linha, a Diretoria de Gestão Interna, tendo à frente Fanie Miranda e as secretárias Rosa e Carla.

Lembro-me do espanto do João Mellão Neto, quando deixou o Banco Mercantil para assumir a Secretaria da Administração da Prefeitura de São Paulo: “O banco tem uma secretária para quatro diretores; aqui, tenho quatro secretárias trabalhando e três de licença!”

Pregado no poste: “O cara foi caro; a coroa será cara?”

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