Dores de mães
O que esperar de um país assim:
Um secretário de estado participa de marcha a favor da maconha e dos maconheiros. A apologia da droga é crime e a polícia não fez nada.
Camuflam na TV por cabo, jovens a consumir drogas em filmes cada vez mais freqüentes.
Ministro maconheiro confesso diz que picada de cocaína “é igual a uma cervejinha”.
Um bando de políticos, empresários e um garçom depravados é acusado de pedofilia, mas só o garçom fica preso. Um dos políticos é o mais votado, depois do crime. O repórter que denunciou todos foi assassinado.
O país está aí, mas a nação vive no inferno. Quem trabalha, além de educar os filhos e sustentar a própria família, é obrigado a sustentar bandidos dentro e fora das grades, em gabinetes ou perto e longe das bases.
Um lamento desse Brasil em carne viva me vem pelo doutor Gustavo Murgel, na carta de u’a mãe, cujo dia é celebrado hoje:
“Vi seu enérgico protesto diante das câmeras de televisão, contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da Febem em São Paulo para outra, da mesma Febem, no interior do Estado. Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes daquela transferência. Vi toda a cobertura que a mídia deu para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães na mesma situação contam com o apoio de comissões, pastorais, órgãos e entidades de defesa de direitos humanos.
Também sou mãe e bem posso compreender seu protesto. Quero com ele fazer coro. Enorme é a distância que me separa do meu filho. Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo.
Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos, porque labuto, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação do resto da família. Felizmente, conto com o meu companheiro, que desempenha importante papel de amigo e conselheiro espiritual. Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou num assalto a uma videolocadora, onde ele, meu filho, trabalhava durante o dia para pagar os estudos à noite.
Hoje, quando você estiver se abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no seu humilde túmulo, num cemitério da periferia de São Paulo…
Ah! Ia me esquecendo: e também ganhando pouco e sustentando a casa. Pode ficar tranqüila, viu? Estarei pagando, de novo, o colchão que seu querido filho queimou lá na última rebelião da Febem. Bando de cínicos!”
Pregado no poste: “No Brasil autoridade tem mãe?”