Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002Crônicas

Dona Izalene, vamos passear?

A repórter Maria Teresa Costa, terror dos medíocres, anuncia que a Prefeitura vai restaurar monumentos da cidade. Quando Campinas celebrou 200 anos, em 1974, o “elenco” de ilustres estava completo e muito bem cuidado. Será que hoje, depois da devastadora ação de vândalos, porcos, pombos, poluidores, camelôs e maus prefeitos, todos os monumentos, pelo menos continuam onde estavam? Ou alguns foram roubados? Dona Izalene, vamos dar uma voltinha por aí, para procurá-los? Avise em casa que a gente só volta terça-feira.

Comecemos pelo que foi mais longe, o Campos Salles. Estava no alto da avenida que tem o nome dele. Foi mais longe, porque chegou a presidente da República, uai! A não ser que o cônego Caran se torne Papa — os alecrins do Vaticano que se cuidem. A senhora não pretende ser presidente, né? Ainda bem. Vamos em frente. O monumento às Andorinhas, do Lélio Coluccini, ficava na frente do Palácio dos Jequitibás. Olhe pela janela do seu gabinete: está lá? Ao lado, ficava o monumento ao Bicentenário, também do Lélio.

A estátua de dom Barreto está na Avenida da Saudade? Uma coincidência, cara alcaidessa: além de descender do Barreto Leme, foi o segundo bispo de Campinas e o primeiro de Pelotas… Falando no Barreto Leme, sabe onde estava a placa em homenagem a ele e à fundação da cidade? Na entrada da Basílica do Carmo, à direita. Está? Pulamos Dom Nery e ele reclamou. Ficava no Largo da Catedral, perto do Alecrim. Foi nosso primeiro bispo. O Alecrim era um monumento mais antigo do que esse bispo e a Catedral. Contemporâneo do Seo Rosa, que morreu de desgosto ao saber do assassinato do companheiro das campinas.

O monumento aos 200 anos da chegada do café ao Brasil estava no Largo do Pará (Estado onde se plantou o primeiro cafeeiro) e foi erguido ali em novembro de 1927. A estátua do Bento Quirino… Ele continua sentado na frente da Basílica do Carmo? Grande figura: ex-presidente da Companhia Mogiana, ajudou na fundação do Colégio Culto à Ciência, da Santa Casa, no combate à febre amarela…

Tenho até medo de olhar, mas a estátua do Carlos Gomes está lá? Como ‘onde?’. Nunca passou lá? Ah bom! Então vamos tomar um cafezinho em outro monumento. Ora, o Café Regina! Ainda está ali na Barão, pois não? Cansou, prefeita? Amanhã, a gente continua. Está gostando, né?

Pregado no poste: “Mãos ao alto, isto é um pedágio!”

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