Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2005Crônicas

Djs na Puccamp

Saiu um livro nos Estados Unidos que é uma boa idéia para estudantes de Rádio do curso de Comunicações da Puccamp pesquisar em Campinas. O nome é estranho: “Ontem à noite, um DJ salvou minha vida – a história dos disc-jóqueis”, escrito pelos jornalistas Frank Broughton e Bill Brewster Antigamente, eles eram poucos e famosos; hoje, são centenas e, à exceção da meninada da MTV, quase todos anônimos. Esse nome, disc-jóquei, que o querido Vicente Leporace odiava, apareceu pela primeira vez na revista americana Variety, em 1941.

(Alguém se lembra do Leporace? Era disc-jóquei, mas se dizia “disquista”, para não parecer alguém com microfone, segurando a rédea e cavalgando um disco. E foi ator de rádio, cinema e TV, jornalista, radialista, animador de auditório… tudo. São Paulo parava para ouvi-lo nas manhãs da Rádio Bandeirantes, esculhambando os medíocres com seu “Trabuco”. Pessoa maravilhosa.)

Os disc-jóqueis de antanho punham discos nas rádios para as suas “amáveis” ouvintes. Inventaram a parada de sucessos e consagravam ou destruíam cantores, cantoras, trios, duplas, conjuntos, bandas, orquestras. As rádios de Campinas tiveram vários, bons e inesquecíveis. Se eu me esquecer de alguém, desculpem:

Sérgio Batista, talvez o mais famoso, com o seu “Nos degraus do sucesso”, na Cultura e na PRC-9 (Educadora). Paulo Silas com o “Telefone pedindo bis” e os “Campeões da Semana”, na Educadora. Também na PRC-9, Vladimir Matiazo e “Juventude, a hora é vossa” – já pensou um programa de rock pauleira com esse nome, hoje em dia? Roberto Ginefra e o “Chá das três”, na Cultura. José Sidney e o “Disque sua música”, na Brasil. Chico ‘Feijão’ de Assis, José Tejo Sigrist e Eduardo Bispo com o “Campinas hit parade”, criação de Gilson Campos, na Cultura.

Mais: José Arnaldo Canisin (bela voz), Antônio Rodrigues (também), Ary B. Pontes (outra), Vítor Modesto, Gilberto Amorim, Geraldo Sussoline, Jorge Aziz, Moacyr Moreira, Névio Roberto, Cícero Lanaro, Renê Vítor. E antes deles, Batista Linardi, Mário Lima, Kalil Filho, Walter Forster, Dênis Brian, Oswaldo Guilherme…

Competentes e sensíveis. Uma pesquisa sobre o trabalho deles vai revelar o gosto musical da cidade num tempo em que havia música.

Pregado no poste: “O resto é silêncio”.

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