Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002Crônicas

Dicas para votar. Ou não

Pronto para passar mais de três horas na fila, amanhã? Claro, nenhum candidato merece esse sacrifício do povo, mas já que o voto é obrigatório e a competência dos políticos, não…

Exceção feita às grávidas, aos idosos e às que têm crianças de colo, todos têm o mesmo direito e obrigação: ficar na fila. Mas há várias maneiras de amenizar a tortura imposta. Se você não é deficiente, entrar de cadeira de rodas ou de muletas é jogo baixo. Deus castiga. Isso não! Estou falando sério.

Que tal convidar os mais próximos para um campeonato de palitinho? Com turno, returno e duas fases de classificação. E um torneio de par-ou-ímpar? Também pode levar jornais; revistas; essas revistinhas de palavras cruzadas (umas dez, se não, sobra tempo); livros (‘Os Sertões’ e ‘Guerra e Paz’, por exemplo, dá para ler os dois e comentar). Se você for chegado à cultura “raigue-tec”, aproveite esses joguinhos eletrônicos – mas não compre de camelôs, porque eles não dão nota fiscal e você será cúmplice de sonegação. Só você, eles não. Enquanto isso, a Prefeitura… Que Prefeitura?

Uma boa sugestão é radinho de pilha, para saber pela CBN, Educadora ou Central como está o inferno em outros lugares de votação. É um consolo. Afinal, aquela porcaria de horário político acabou e ninguém vai pedir voto na sua orelha. “Uólquimen” também ajuda, mas cuidado com o repertório. Paquerar é gostoso, só para os desimpedidos e didas. Já imaginou um flagra na fila, que barraco? Uma dica “literária”: antigamente, quando havia cinema no Centro da cidade, a molecada levava gibís para trocar. Se você coleciona histórias em quadrinhos e “tem pa troca” (como se dizia), leve. Vai que outros estejam lendo esta nossa conversa e levem também? Livro de receitas! Experimente. Já viu quantos programas de receita passam na TV? É moda.

Você não suporta filas de jeito nenhum? Então, há dois jeitinhos:

  1. Passe no local de votação, deixe que todos percebam sua irritação, dê um pulinho em Valinhos, Elias Fausto ou Estiva Gerbi, por exemplo, e justifique sua ausência. É rapidinho. Na volta, vá de novo aonde você ia votar, e sorria: “Vocês ainda estão aí?”.
  2. Tome emprestado o bebê da irmã, da prima, da vizinha, das amigas, só para chegar com ele no colo e votar na hora. Isso aconteceu no primeiro turno, sabia? Agora, já há vivaldinas e dinos alugando bebês. Eita Brasil!

Pregado no poste: “Para piorar, qualquer um serve; para melhorar, nenhum”

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