Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2000Crônicas

Como dar más notícias

Esta eu vi, porque estava junto:

O patrão comprou um cão de caça e mandou um empregado buscar a fera, num sítio no Vale do Paraíba, e levar até sua fazenda, em Jaguariúna. O vendedor nem quis entregar: “Esse cachorro vale mais do que esse seu carro. Tem de comer esta ração importada e só pode beber água mineral, de duas em duas horas. Se quiser levá-lo, assine este termo de compromisso e não se esqueça de dar uma voltinha com ele de três em três horas.”. Com muito sacrifício, a missão foi cumprida. No dia seguinte, o administrador da fazenda liga para o patrão:

— Seo Júlio, aquele cachorro que o sinhô mandou entregar aqui ontem…

— Como ele está? Você faz direitinho o que o Samir recomendou…

— Sabe o que é, seo Júlio. O cachorro escapou…

— Vá atrás dele, homem!!

— Um caminhão, na estrada, passou em cima e matou ele!

Esta saiu no jornal “Safra”, da Usina São Francisco, de Sertãozinho:

E no meio da madrugada, o telefone toca. O homem levanta-se e atende:

— Alô, seo Carlos? Aqui é o Arnaldo, caseiro do seu sítio.

— Pois não, seo Arnaldo. Que posso fazer pelo senhor? Algum problema?

— Ah, eu só tô ligando para avisar pro sinhô que o seu papagaio morreu.

— Meu papagaio ? Morreu? Aquele que ganhei no concurso?

— É ele mesmo.

— Pôxa! Que desgraça! Gastei uma pequena fortuna com aquele bicho!

Mas ele morreu de quê?

— De comer carne estragada.

— Carne estragada? Quem fez essa maldade? Quem deu carne para ele?

— Ninguém. Ele comeu a de uns cavalos mortos…

— Cavalos mortos?! Que cavalos mortos, seo Arnaldo?

— Aqueles puro-sangues que o senhor tinha. Eles morreram de tanto

puxar a carroça d’água!

— Tá louco? Que carroça d‘água?

— Para apagar o incêndio.

— Mas que incêndio, meu Deus?

— Na sua casa.! Uma vela caiu, aí pegou fogo na cortina.

— Caramba! Mas aí tem luz elétrica. Que vela era essa?

— Do velório.

— QUE VELÓRIO?!?!

— Da sua mãe. Ela apareceu aqui de madrugada, sem avisar, e eu dei um tiro nela, pensando que era um ladrão…

Pregado no poste: “Faça do seu voto uma arma de cassa.”

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