Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

1999Crônicas

Coisas destas bandas

Aconteceu em Guaíra, coisa de seis, sete anos atrás. Um conjunto ia tocar no clube da cidade. Bela cidade! Chegaram cedo. A cantora do grupo, castigada pelo calor destas bandas, pediu e conseguiu tomar uma sauna no clube. Quando foi pegar a toalha para sair do vapor, viu um homem de costas, sentado, segurando um “38”, que se virou para atacá-la. Gritos, berros, escândalo. Ninguém apareceu para socorrer a artista. E o bandido fugiu. Ela não deu “parte” na polícia.

À noite, na hora do show e do baile, a cantora cortou a música e deu um grito. “Pega tarado! É aquele! Pega!”. Pegaram. Era um soldado da Polícia Militar, “praça véio” na cidade. Como não houve flagrante, respondeu ao processo em liberdade. Foi condenado na primeira, segunda e última instância – a sentença do Supremo chegou semana passada de Brasília: seis anos. Só que há anos ninguém acha ele. Nem ela…

Socorro, portugueses, venham nos ensinar! Em Ribeirão Preto, é proibido construir posto de gasolina a menos de cem metros de uma escola. Não sei o motivo, mas não pode. Parece que o cheiro da gasolina faz mal para as crianças. E faz, mesmo, pra todo mundo. Só que o terrenão de esquina, na bela avenida que leva ao shopping center, é convidativo e lucrativo para um posto, loja de conveniência e tudo o que tem direito. Mas fica muito perto de uma escola. No fim do ano, fecharam a escola e abriram o posto. Tudo dentro da lei. Agora, com a volta às aulas, reabriram a escola. Explicação das “otoridades”: “Abrir posto de gasolina  perto de escola não pode, mas abrir escola perto de posto pode…”.

Socorro, portugueses, venham nos ensinar! — II: a  Unicamp arrumou um jeito de acabar com as “estrelices” de certos cientistas. Já que eles não param de brigar, a universidade decidiu fechar o departamento deles. Em se tratando de uma universidade, não poderia haver decisão mais  inteligente e criadora. É mais ou menos assim: se seu filho não sara da gripe, mate-o.

Por falar em “estrelices”, Natinho e Sanguinetinho (Natinho e Netinho – boa dupla essa…) travam briga virtual por estas bandas, via TV. História apimentada. Há uns dois anos, um médico, ligado a uma tradicional família de fabricantes de calçados, e uma professora, gente de tradicional família do ramo imobiliário e agropecuário – amantes – entraram num motel de Franca às sete da noite. Ele e ela conhecidos, admirados e casados com seus respectivos cônjuges (ainda existe cônjuge?). Morreram.

Natinho fez o laudo: asfixia por gases emanados da tubulação do ar condicionado ou do chuveiro. Qualquer coisa assim.

O dono do motel, apavorado com o tamanho da indenização, ainda mais por causa do peso e da fama do nome de quem assina o laudo, apelou. Pediu uma contra-perícia. Sabe pra quem? Isso! Sanguinetinho. Pelo que vi da briga na televisão (a Ipitiví), Netinho nem veio a Franca para contestar o laudo de Natinho. Desmentiu a asfixia com base em ver fotografias.

Enquanto isso, as famílias das vítimas devem estar pedindo pelo amor de Deus para a dupla ir brigar pra lá de Maceió.

Pregado no poste: “Beto Zini, contrata o técnico, o time e o presidente da Ponte…”

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