Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

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Poeta, livreiro, jornalista, político, acadêmico, maçom, poliglota, liberal e libertário; membro do Instituto Histórico da França e da Arcádia de Roma. Patriota. Impossível encontrar alguém com tantas e tamanhas qualidades nos poderes do Brasil de hoje. Ele conseguiu brilhar em todas essas funções, mesmo sendo político. Nem precisava. É dele a letra do Hino da Independência, que o Brasil, sem motivo algum, comemora hoje: escreveu para o amigo Pedro I, que fez a música. Evaristo da Veiga viveu culto, morreu jovem, entre 1799 e 1837.

Campinas lhe rende pífia homenagem, com uma ruazinha de apenas um quarteirão, no Jardim Santa Genebra, sintomaticamente perto da Rua Francisco Manuel da Silva, autor da música do Hino Nacional Brasileiro, para a letra do Osório Duque Estrada. Não se perca, a Evaristo da Veiga vai da Dr. João Valente do Couto até a Domingos Cazzotti.

Temos um belo Hino da Independência, mas ainda estamos muito longe de vivê-la. E não será possível conquistá-la com poderes tão cheios de ninguém a comandar uma não tão cheia de esperanças. Aliás, até hoje, esse poderia ser um bom título para a obra maior do Evaristo: “Hino da Esperança”. Com nuvens eternamente ameaçadoras, agora por Obamas, Zelayas, Fidéis, Chávez, Morales ou Amadinejades a ditar nossos rumos, há como confiar em um só verso do Evaristo?

“Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil”?

“Já podeis da Pátria filhos ver contente a Mãe gentil?”

Compensa “morrer pelo Brasil” para “ficar a Pátria livre”?

Podemos apontar alguém em Brasília e confiar: “Vossos peitos, vossos braços são muralhas do Brasil”?

Sinceramente, “Do Universo entre as nações, resplandece a do Brasil”?

Quando mereceremos estes versos: “Parabéns; já somos livres; já brilhante, e senhoril; vai juntar-se em nossos lares a Assembléia do Brasil”? Deus no livre! Trazendo na bagagem mensalões, dossiês, conluios, quebra de sigilo e de decoros?

Fora daqui!

Pregado no poste: “Independência ou morte?”

 

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