Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2010Crônicas

Catiripapo por Catupiry

Quem nunca pediu uma Brahma da Antárctica levante a mão. No mundo existem ‘trocentas’ marcas de lâminas de barbear, mas todas são Gillette. Com as gomas de marcar: só a Adams fabrica os chicletes – ou fabricava. A Tubaína, coitada, era marca registrada e aparece nos dicionários, mas como “marca menos conhecida e de pequena expressão no cômputo geral das vendas; qualquer refrigerante que não o das marcas mais vendidas.” O próprio Houaiss ensina: “Tubaína é marca registrada de refrigerante de São Paulo que passou a designar o seu gênero.” E será que ainda existe a fabulosa Gengibirra? Fabricada em Santa Bárbara d’Oeste, Americana, Piracicaba ou Nova Odessa? Veja se pelo slogan, dá para descobrir: “Boa pra arrotá!” Por que Piracicaba?

Havia Elgin, Vigorelli, Leonam (acho que o dono se chamava Manoel), Janome (está no mercado como a maior fabricante do mundo!), Siruba… Em Campinas, a Casa Alfa, do seo Antônio da Silva Ramos, na Treze de Maio, bem na frente da Casa Ceccato, vendia a máquina de costura que dava nome à loja. A multinacional Singer domina o cenário.

(Alguém sabe onde foi parar aquele ‘monumento’ da Singer, quase na saída da Anhanguera? Campineiro é exagerado… Dizem que era visto da lua, bem ao lado do aeroporto de Viracopos. Mas o serviço de aerofotogrametria da Vasp ‘pegava’ aquela maquinona. Hoje, o Google mostra até a cor das cuecas do Carlos Gomes.).

Durante muito tempo, “Fenemê” foi sinônimo de jamanta, mesmo fabricada pela Mercedes Benz, International ou GMC. Agora, Scania e Volvo disputam a fama da gloriosa Fábrica Nacional de Motores (FNM), engolida pela Fiat-Alfa. Carros velhos? Desde quando eram novos, chamavam “Fordecos”.

Lego, Glostora, Gumex, Dulcora, Aspirina, Cotonete, Bic, Jacuzzi, Guiness, Danoninho, Nintendo, Jontex, Maisena, Lee, Maguary, Ray Ban, Pólo e Lacoste, Polaroid, Vick VapoRub, Remington, Mossoró, Volta ao Mundo, Havianas, Band-Aid, Zorba… Adivinhe porque o bálsamo Ben Gay não “pegou”…

Mas pode ter certeza: dificilmente você comerá o verdadeiro e insuperável requeijão Catupiry, quando pedir uma pizza de Catupiry. Hoje, qualquer porcaria que misture leite, amido de milho, margarina, mussarela e creme de leite se chama “Catupiry”. Desafie o dono da pizzaria: peça a nota fiscal da fábrica do requeijão. E aí você saberá se ele é um empresário honesto ou embrulhão.

Pregado no poste: “Comboio humanitário ou Cavalo de Tróia”

 

 

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