Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002

‘Campinas Gerais’

Seo Toninho recebeu o prefeito da cidade chinesa de Fuzhou. (Não dá impressão de que um dos dois estava de calça fuzô?). Fuzhou é “irmã” de Campinas. Não sabia que Barreto Leme andou por aquelas bandas. No fim do rapapé, o nosso ganhou de presente uma tapeçaria da China e o deles levou uma coleção de pedras preciosas de… Minas Gerais!!! Ô, seo Toninho! Não tinha nada de Campinas para presentear o homem? Quer sugestões?
A última batuta do Benito Juarez; uma camisa da Ponte ou do Guarani; uma chuteira do Dicá; uma lasca do seo Rosa; uma foto do alecrim que vivia no Largo da Catedral e outra do largo, sem o alecrim, mas autografada pelo padre Caran…; a bicicleta velha do Mané Fala Ó, mas não se esqueça de dar uma Calói nova para o Mané, que ele merece; a faixa de Rainha do Carnaval de 1954, da Gilda; aquele diploma não sei do quê, do Jacó Bitar, que ficou com o senhor; a bandeira do Brasil, engomada que só ela, que ornava o gabinete do presidente da Câmara, quando a egrégia ficava no Palácio da Justiça.
Quer mais, seo Toninho? Um pedaço dos trilhos dos bondes — se não achar aí, procure em Pedregulho; a âncora da Caravela (já que ela encalhou, para que âncora?); um tijolo do Teatro Municipal – aquele que um prefeito derrubou e não houve outro com coragem para construir (Agora, com um arquiteto na Prefeitura, quem sabe.); cópia do holerite de um professor municipal; a conta dos telefones dos vereadores, que eles usam e o povo paga; um postal do Rio Atibaia, todo poluído.
Há boas lembranças, também: a obra completa do Guilherme de Almeida, do professor Amaral Lapa, da Telma Guimarães e da nossa mestra Célia Farjallat; uma gravação do hino a Campinas composto pela Teresinha Ferrão; coleção de vídeos do programa Terra da Gente; assinatura do Correio Popular; todas as partituras do Carlos Gomes; CD do coral Pio XI; convênio com o Instituto Agronômico, para que os chineses aprendam a plantar mais e alimentar melhor 1,9 bilhão de bocas; mudas de jequitibás; peças do Chico Biojone, Lélio Colluccini, Egas Francisco, Avelino de Melo, Bernardo Caro… E isso é só uma amostra, para ajudá-lo.
Pregado no poste: “Quem procura acha, prefeito.”

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