Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2008Crônicas

Boa viagem…

“Escrevem-nos: ‘Pelo jeito, a construção da projetada Estação de Jardineira em Campinas ficou no tinteiro. Lamentável que isso aconteça. Trata-se de um melhoramento de imprescindível necessidade. Se os vereadores e interessassem mais pelos problemas da cidade e fossem ao Largo do Mercado num dia de chuva, compreenderiam a necessidade imperiosa de ser construído uma abrigo para os passageiros que se destinam aos municípios vizinhos. Causa pena constatar esses passageiros abrigados sob árvores.’”. Correio Popular, novembro de 1950.

Antigamente, era mais fácil. Da estação da Paulista, partiam os “trens para o interior” e para São Paulo — até o “Flecha de Prata”, da Mogiana, que chegava a Brasília. Uma aventura.

Para Sousas, ia-se de ‘bondão’ verde, e para Valinhos, numa jardineira amarela. A vermelho-ladrilho, de tanto pó, levava até a Rhodia e Paulínia. Subia-se ao teto delas por uma escada na traseira – ali era o bagageiro. O papa-fila era exclusivo da 3M. (E o Papa ainda era Pio XII, só para situar no tempo). Quando a Anhangüera ‘se pavimentou-se’ até Campinas e ganhou pedágio mais Polícia Rodoviária, vieram a Cometa e o Expresso Brasileiro, saindo da Campos Salles, no Largo do Rosário, com ‘paradinha’ no largo da estação.

Para as “demais localidades”, incluindo as do Sul de Minas, menos Poços de Caldas, partia-se da Andrade Neves, porque os noivos em lua-de-mel, como era moda, iam até lá de Cometa ou de trem. Havia um especial só para eles, todo fim de noite de sábado, com direito a champanhe e latinha de vaselina no vagão-leito, porque a maioria se casava virgem…

Quando seo Orestes inaugurou a atual, em 1972, ele dizia que já estava ultrapassada e o certo seria às margens da Via Anhangüera. Caso típico de quem sabe que está fazendo a coisa errada, mas não pode fazer a coisa certa. Mistééériooo!

Muito depois, vereadores à nossa egrégia, em comissão formada para estudar um lugar para a nova rodoviária, concluíram que deveriam nomear uma comissão para escolher o lugar. Inacreditável, mas é típico de político que já se reúne para fazer a coisa errada. E não fazem!

Há quase oito anos, saiu isto: “Com uma área construída de pelo menos 10 mil metros quadrados, a nova rodoviária de Campinas terá serviços de aeroporto: sala vip, televisão, fax, lanchonete, telefones, computadores e banheiros estarão à disposição dos passageiros. O novo projeto prevê mais comodidades, como o estacionamento para que o usuário deixe o carro, viaje e o apanhe na volta.”. Correio Popular, novembro de 2000.

Pregado no poste: “Ainda bem que previam banheiro e um lugar para passar fax”

 

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