Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2002

Bem-vindo

Agora, quero ver. Finalmente, a minha, a nossa, a Sua Santidade, João Paulo, segundo e único, virá a Campinas. Palavra de dom Lucas Moreira Neves, ex-cardeal primaz do Brasil e prefeito da antiga Sagrada Congregação para a Evangelização dos Povos – o “Papa Vermelho” — cargo que já foi do campineiro dom Agnelo Rossi. É isso, o Papa virá conhecer a terra de dom Agnelo, pena que ele não esteja aqui para recebê-lo. Porque, meus amigos, campineiro é bairrista, mas bairrista como dom Agnelo ainda não nasceu. Seu amor por esta terra é famoso até no Vaticano. Lá, desde os tempos de aluno do Colégio Pio Brasileiro, ele dizia: “Venho de Joaquim Egydio, lugar cercado pela cidade de Campinas, uma terra cercada por um país chamado Brasil.”. Agora, João Paulo II vai conhecer esse lugar.
Vem para o Congresso Eucarístico Nacional, o primeiro numa cidade do Interior, que começa exatamente daqui a um ano. Dom Agnelo nunca ficou bravo com quem chamava Campinas de “cidade do interior”. Ele respondia que esta é a cidade que mais deu bispos ao Brasil e que aqui nasceram ou viveram grandes seres humanos. E falava na ponta da língua sobre a vida de todos: Santos Dumont, Carlos Gomes, Hércules Florence, Alcides Carvalho, Guilherme de Almeida, padre Landell, Júlio de Mesquita e, acrescento eu: Agnelo Rossi!
Uma galeria de pessoas especiais na qual, por sua imensidão humana, poderia ser incluído João Paulo II. Sem disparar um tiro, sem ofender ninguém, ele acabou com a Guerra Fria. Só dialogando, como seu chefe, Jesus Cristo, ensina. Uma imensa bandeira branca, esse peregrino. Sua última lição ao mundo, deu ainda semana passada. Intercedeu pessoalmente para que o governo italiano libertasse Mehmet Ali Agca, que tentou matá-lo na manhã de 13 de maio de 1981, na Praça de São Pedro. Era um complô comunista contra um mensageiro da paz. Vamos torcer para que ele ainda consiga tirar a selvageria do capitalismo.
Esse Papa não poderia passar pela Terra sem conhecer a nossa terra.
Pregado no poste: “Será que ele vai plantar um Alecrim no Largo da Catedral?”

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