Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

1999Crônicas

Bem-vinda!

Agora, o Guarani ressuscita.

Nada melhor do que o estímulo, a rivalidade sadia e a competição leal para fazer alguém crescer na vida. Nós, bugrinos verde-roxos, nem imaginamos como será bom para o Bugre a volta da “Nega Véia”. Bom para todos, principalmente para Campinas, campineiros e campineiras, daqui e de fora. Já estava ficando preocupado com essa distância que nos separava “deles”. Afinal, festejaremos meio século nesta elite do futebol paulista, enquanto a “Macaca” celebra um século, como é de seu estilo, pulando de galho em galho, ora em cima, ora por baixo. A Ponte Preta conhece tudo: sabe o que é subir e cair do galho, enquanto o Guarani só conhece a jornada dos vencedores…

Este ano, por pouco não acaba. Essa é a diferença. Verga mas não quebra. Tivéssemos a infelicidade igual à da “Nega Véia”, comandada por um político daqueles, não sei se renasceríamos. “Eles” renasceram. Nós… sei, não! Com medo dessa infecção política e de que essa tragédia se abatesse sobre a “Taba”, andei implorando ao Beto Zini que contratasse o presidente, o técnico e os jogadores da Ponte, para ver se as coisas melhoravam. Duro é que essa torcida não dá pra contratar. Claro, bugrino não nasceu pra sofrer nem pontepretanos estão acostumados a ver seu time sempre por cima…

Outra grande diferença: o time do Guarani tem torcida e a torcida da Ponte é que tem um time. Os bugrinos (quando) vão ao estádio, é para aplaudir sua equipe. Os pontepretanos vão para jogar junto. Se o Bugre perde, a torcida vaia e desaparece. Se a derrota é da “Macaca”, a torcida parece que fica no estádio, até a vitória chegar. Estão sempre lá. É a casa “deles” e nem todos sabem dessa saga: o “Moysés Lucarelli” foi erguido pelos torcedores. Naquela argamassa, em vez de água, há sangue, suor e lágrimas – ingredientes que até hoje fazem parte da história da Ponte…

Portanto, quando se diz que “a Ponte joga em casa”, nada mais justo. (Está certo que aquela bela casa foi construída com tijolos, digamos, emprestados pela Escola de Cadetes, que também nascia naquela época. Já pensou se os militares pedem os tijolos de volta?). Maldade…

Também não é justo para Campinas que a Ponte Preta comemore seus cem anos de vida rebaixada, longe do Guarani. Lembra daquela teoria do torturador e torturado? Pois é, dizem que um não vive sem o outro. De fato: viver subindo e descendo deve ser um martírio… Essa sina tempera o sangue dos alvinegros. Isso “eles” tem. Mas tempera com cheiro-verde…

Este ano, durante o Campeonato Brasileiro, veremos os outros “grandes” vindo duas vezes a Campinas, uma para perder três pontos nos clássicos lá no “Brinco”, e outra para recuperar os três no “Majestoso”… No Campeonato Paulista do ano 2000, será a mesma coisa, mas no do ano de 2001, já não sei…

Dependendo de como fizerem a tabela dos dois campeonatos, teremos pelo menos quatro dérbis pela frente. Ganha Campinas, ganha o futebol e ganham as torcidas. Como bugrino, verdade!, fico muito feliz com a volta da Ponte Preta: serão 12 pontos garantidos…

Pregado no poste: “Marataízes não aceita ficar com tudo?”

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