Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

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Ainda há esperança

O Correio de terça-feira passada, que só ontem me chegou, traz três notícias daquelas que fazem renascer o velho orgulho do campineiro. A primeira vem do Instituto Agronômico “Alcides Carvalho”. A brava gente do IAC anuncia que um ano depois de instalados, os cursos de pós-graduação já se vão expandir. Palavra do cientista Otávio Antônio de Camargo, impressa pela repórter Paula Pimenta. Já são três cursos: Gestão de Recursos Agroambientais, Tecnologia da Produção Agrícola e Melhoramento em Genética Ambiental. Desde que conheço (e convivo) com esses seres especiais que sustentam o velho Agronômico, nunca os vi preocupados com outra coisa: a produção do melhor alimento e a qualidade de vida dos seres humanos.

A mesma Paula mostra que no outro lado da cidade, na Unicamp, outro grupo de cientistas, liderados pelo reitor Hermano Tavares, pelo Gonçalo Pereira e pelo Fernando Costa, luta para salvar o cacau da Bahia de uma doença, a “vassoura de bruxa”, que já matou dois terços das lavouras que adoçam e seduzem o mundo com o chocolate de suas amêndoas. São do mesmo “quartel” que decifra o genoma-câncer, o da cana-de-açúcar e o da praga do amarelinho, que devasta nossos laranjais – estes dois, já concluídos. O outro? Eles vão conseguir, quer apostar?

E a repórter Maria Teresa Costa, o terror dos medíocres, “fura” todo mundo e anuncia que a mesma Unicamp entra na era da engenharia de tecidos, com os pesquisadores Samuel Barbanti e Arnaldo Santos Júnior. “Engenheiro de tecidos” não é fabricante de teares. O que eles vão fazer, grosso modo, é assim: você perdeu uma orelha ou o nariz, ou tem uma doença irreversível neles, os pesquisadores pegam células de cartilagem, colocam sobre um molde de orelha ou nariz, as células se dividem normalmente e, em seis semanas, tchan, tchan, tchan!: outra orelha ou outro nariz estão reconstruídos!

Otávio, Hermano, Gonçalo, Fernando, Samuel, Arnaldo, numa hora dessas, mestres Alcides Carvalho e Zeferino Vaz exultam lá no céu, celebrando com Deus, em torno de um bule de café fumegante, o destino desta cidade. Obrigado!

Pregado no poste: “São cientistas loucos. Loucos por nós.”

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