Moacyr Castro

Crônicas, reportagens e entrevistas.

2001Crônicas

A primeira

Tenho nada contra a Sandy, muito menos contra o Júnior, “um grande músico”, segundo o Milton Nascimento. Só não consigo gostar do que eles cantam. Também, nunca prestei atenção no que eles falam.

Aquela santa que mora aqui em casa arrisca comparar os dois garotos com a Celly e o Tony Campello. A lembrança me faz preferir a Celly, talvez porque a conheça, talvez porque ela tenha escolhido nossa Campinas para nos honrar como moradora. Eles também vivem aqui, como viveram a Regina Duarte, a Marília Gabriela, o Faustão, a Renata Ceribelli, a Maitê Proença e muitos astros e estrelas (para ficar só neles) que jamais envergonharam a cidade – já certos políticos…

Tomara que a Sandy, quarenta anos depois de abandonar a carreira, continue bem viva na cabeça da geração dos que hoje a aplaudem, como acontece com a nossa querida “Campineirinha de Taubaté”.

Está na rede mundial uma brincadeira muito bem-humorada com a Sandy, como atriz da novela das seis, que ela deve conhecer. Não existe maldade nem duplo sentido – houvesse, o respeito que tenho por ela e pelo irmão não me permitiria repetir aqui. Fosse uma menina de cabeça oca, inconseqüente ou factóide, louca por holofotes, por exemplo, não teria entrado de primeira e entre os primeiros no vestibular da Puccamp.

Diz a brincadeira que a Sandy/Cristal é a primeira hippie da história que é virgem; não fuma maconha nem toma ácido; raspa o sovaco; trabalha; estuda; toma banho; usa sutiã; é da Globo; corta as unhas; é milionária; canta música romântico-brega; não vaga pelos quatro cantos do País à bordo de uma kombi detonada, tocando violão com mais meia dúzia de bichos-grilos; acredita em Papai Noel e em duendes (duvido); é politicamente correta; mora com os pais; não ingere álcool nem usa qualquer entorpecente; não está aberta a experiências transcendentais e alucinógenas; nunca participou de manifestações contra guerra, pobreza, miséria, excluídos etc.; quer fazer carreira nos Estados Unidos (duvido) e é patricinha.

Pregado no poste: “Preso político, jamais; político preso, que delícia!”

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